O Milan é o novo campeão europeu! O melhor da Europa! Deu o troco no Liverpool!
Tudo isso é verdade, mas, convenhamos, a partida foi muito fraca, tanto emocional quanto tecnicamente. Claro, a decisão é o momento de se decidir quem é o grande vencedor, e não quem dá mais espetáculo, mas ontem a partida decepcionou a grande maioria dos amantes do futebol.
É claro que não podia se esperar muita coisa de um time, como o Milan, que foi a campo com três volantes e dois laterais presos à marcação, mas em um jogo envolvendo grandes nomes do futebol mundial, como Maldini, Gattuso, Pirlo, Seedorf, Kaká e Gerrard, imagina-se um jogo com, pelo menos, alguns lances de técnica apurada; não foi o que vimos no estádio Olímpico de Atenas.
O jogo ficou muito truncado, sonolento em muitos momentos. Ambos os times marcando primeiro, pra depois, bem depois, pensar em criar alguma coisa ofensivamente. Eu citei o Milan, mas o Liverpool também veio a campo com um time bem medroso, com praticamente 3 volantes, porém um deles, o craque do time, com um pouco mais de liberdade para armar as jogadas.
Devido a sua estratégia tática, o time italiano dependeu exclusivamente dos dois principais jogadores que tanto se destacaram ao longo da competição, Seedorf e Kaká. Estes sofreram muito com a marcação, principalmente o primeiro que não apareceu no jogo, a não ser pelos lances que quase armou o gol do adversário, enquanto Kaká brigou para aparecer, mas não foi, nem de longe, o craque das últimas rodadas. Porém, quando o time precisou, lá estava ele, sofrendo a falta que originou o primeiro gol, e dando um belo passe para que Inzaghi definisse o dono do velho continente.
(Inzaghi também que, não fosse o lance do segundo gol, em que mostrou ter habilidade e tranquilidade para, ao receber o passe, fintar o goleiro e colocar no fundo das redes, poderia ser substituido por um belíssimo e eficiente cone! É verdade que ele correu muito durante o jogo, mais de 10 quilômetros segundo a geradora de imagens de TV, mas no lance do primeiro gol a bola simplesmente esbarrou nele, coisa que um cone faria com facilidade. De resto, correu, correu e não fez nada. Aliás, fez sim, perdeu um lance que talvez o nosso cone teria criado mais perigo. Kaká se livrou da marcação pela direita e fez um cruzamento na medida para o centro-avante; quando a bola chegou, na medida pro chute, o homem da partida parado viu a bola bater nas suas pernas e por entre elas passar, talvez, se tivesse um cone ali, a bola rebateria nele em direção ao gol, criando mais perigo para a zaga inglesa.)
Aos 43 minutos da segunda etapa, Kuyt marcou com oportunismo o gol do Liverpool. Contudo já era muito tarde, o Milan que havia cozinhado a partida até ali, e que desta forma conseguira marcar até o segundo gol, resignou completamente o ataque ao gol adversário e começou a tocar a bola de um lado para o outro. Não demorou, e o juiz acabou a partida, para delírio dos torcedores italianos. É o sétimo título europeu do Milan, quinto de seu capitão, Paolo Maldini.
Os dois gols da equipe foram marcados pelo meia Riquelme em cobranças de faltas, ambas no primeiro tempo.
